sábado, 24 de julho de 2010

Madrugada Telefônica²

E então, após uma curta conversa pelo msn, resolvi ligar. Queria ouvir sua voz, queria sentir seu pensamento em mim, queria dizer que estava pensando nela, mas ouvi, senti e disse muito mais que isso.

É meio estranho ouvir, logo de cara, "Tá maluco?!" Mas a culpa foi minha de não ter avisado. Não pude e não quis esperar. Precisava tanto de sua voz como as plantas precisam do sol.

Não pensei que a ligação se tornaria tão boa. A ligação telefônica mostrou outra ligação que compartilhamos. Algo que junta duas almas, sintoniza duas mentes...

Por mais que houvessem os momentos tristes, por causa da situação explanada na conversa, houveram os momentos bons, os momentos muito bons e momentos incríveis!

Ouvi sua voz, suas risadas, sua respiração, seu silêncio... Ouvi sua mente, senti seu calor, seu cheiro... Sim, pelo telefone! Eu consegui após algumas tentativas.

Lembrei momentos bons, momentos ruins. Lembrei muitos momentos! Os primeiros, os últimos, os sonhados...

Chorei, sorri, senti frio, calor... E senti seu amor! Senti que tudo foi mais do que imaginei. Nada do que já disse chega perto do que recebi. Não apenas na ligação, em todos os momentos.

A ligação era a respeito de tudo. De tudo que entreguei, de tudo que recebi, de tudo que fiz e não fiz, e do que foi feito a mim. Era a respeito de uma época em que, não importava o que acontecia, estávamos lá. Mesmo com os "nãos", os "não mais" e os "dessa vez é sério", continuamos até onde podíamos.

Me entreguei a algo que me fez crescer, me fez mudar. Me entreguei a alguém que me fez sonhar, me fez delirar. Fui seu por todo esse tempo.

Revelações...

Fiquei sabendo de coisas que nem imaginava. Tive a certeza de que fui alguém a mais e não apenas mais alguém. Soube que, por mais que fosse o mesmo bobo e estranho, fiz bem. Ah... e como me senti bem...

Soube que, no fim, nem tudo que eu tinha imaginado era ilusão. Meu medo não foi te perder, meu medo foi que eu não tivesse você, em nenhum dos momentos. Mas soube que meu medo que era a ilusão. Minha imaginação me enganava por meios que eu imaginava estarem certos.

Mas a ligação não foi apenas sobre o que passou. Foi sobre o que havia na hora. Naquele momento sublime em que uma alma toca a outra. Os fios da linha telefônica apenas simbolizavam a ligação que havia ali. Senti seu coração abraçado ao meu. Senti que você também sentia algo assim. Seus suspiros não negavam.

Ouvi coisas importantes. Que me fizeram esquecer a hora, esquecer onde estava... Fizeram meus olhos entregarem suas pérolas...

Disse "Eu te amo" como nunca pude dizer antes. Minha alma, meu espírito e meu corpo se juntaram para trazer à minha voz aquela energia, que seria capaz de iluminar galaxias, e entregar a você...

Quando ouvi "Eu te amo", tudo flutuou... A energia se tornou mais forte do que eu imaginava. A alma, o espiríto e o corpo, que estavam tão juntos, dançaram ao som da música mais linda do universo, tocada por um instrumento perfeito, criado pelo Ser Supremo.

Enfim... Provei, foi-me provado... Foi lindo...

Mas nem tudo acabou. Por mais que uma fase incrível, problemática e linda tenha terminado, continua uma amizade que não se acabará. Algo criado pelo que junta e ninguém separa.

Quero que você saiba que também sempre estará aqui. E eu estarei onde precisares, com meu coração, com meu carinho, com meu ombro, com meu sorriso... ("huf" =P)

Te amo.




P.S.: Eu só consegui desligar por volta de 4:30 da manhã... Meus pais não sabem... Pretendo fazer com que continuem sem saber... Espero que não me cobrem... Mas pagaria feliz todos os centavos que isso me custasse...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Papo Com a Lua

Conversei com a Lua esses dias. Ela disse que havia sonhado. Eu não sabia que a Lua sonhava. Mas também não sabia que ela podia conversar, então...

A Lua sonhou com um ser. Mais belo que ela. Ela, no primeiro momento, acreditou que estivesse sonhando com o Sol, seu amante eterno. Mas percebeu que o brilho desse ser era mais forte, mais vivo, mais humano! Sim, era um ser humano. E foi aí que ela percebeu que era um sonho. "Humanos não tem esse brilho", pensou.

Ao acordar para trabalhar, mais cedo que o normal, sentiu algo que chamava a sua atenção. Sem saber o que era, virou se a tempo de ver o brilho do seu sonho atenuando-se. Pensou em correr em sua direção! Mas não podia. Se atrasaria para o trabalho.

Passou toda aquela noite pensando naquele brilho. Seria mesmo de um ser humano? Seria isso possível? Ou estaria sonhando novamente? Pensou tanto que quase se esqueceu de seu amado, o Sol.

Percebendo a aflição de sua amante, o Sol perguntou o que havia. Ela lhe explicou tudo que ocorrera, com todos os detalhes. Mas o Sol, em sua força, robustez e altivez, não quis acreditar. Explicou à Lua que haviam poucas coisas que brilhavam mais que ele. E nenhuma delas era um simples ser humano.

A Lua, como amante incondicional, e confiante em seu amado, acreditou. Mesmo que ainda tivesse aquela linha de dúvida em seu coração.

No dia seguinte, enquanto dormia, teve o mesmo sonho. O mesmo ser lhe aparecia. Ela se sentia mais viva, brilhava mais... E então acordava, quase na hora do trabalho, mas a tempo de ver, novamente, aquele raio de brilho incomparável.

No outro dia, a mesma coisa. E no outro. No outro também. Até que começou a se atrasar para o trabalho. O sonho era tão bom que ela não sentia vontade de acordar. Até o dia que ela dormiu o dia inteiro e a noite também. Faltou ao trabalho.

O Sol preocupou-se. Não era normal que sua esposa faltasse ao trabalho. Então procurou-a e quis saber o motivo de tudo isso. Quase explodiu de raiva quando soube do motivo. A mesma coisa de brilho impossível a um ser humano. Foi trabalhar e acabou aquecendo muito o sudeste. Quem não trabalhou no dia, foi à praia. Quem trabalhou, ligou o ar-condicionado no máximo. Um bueiro estourou, pessoas passaram mal... Toda aquela coisa que acontece quando o Sol resolve se esquentar.

De noite, ao sair para trabalhar, a Lua estava meio deprimida, meio apagada... Eu, como gosto de observá-la, percebi. E em minha inocência pronunciei a pergunta "Por quê?"

Para meu espanto, a Lua respondeu! Começamos a conversar e ela logo me contou o que a afligia. Me disse também que sentia algo em mim que lembrava o ser brilhante. Esse foi o motivo de ter respondido. Ela sabia que eu a ajudaria.

Mas eu já tinha uma reposta para seu questionamento assim que começou a me contar o que havia:

- Eu conheço alguém que, para mim, brilha desse forma. Não sei se é a mesma pessoa, mas não custa tentar.

Ela logo se animou. Mas fiz com que me prometesse que continuaria trabalhando normalmente após conhecer esse alguém. Que não deixaria o Sol e que seria feliz enquanto existisse, mesmo sem poder seguir o ser dono do brilho.

Então marquei com ela numa noite, em uma praia legal, para que visse o ser. Fui então, naquela noite, com uma amiga minha a essa praia. Uma amiga conhecida de vocês.

E foi a primeira vez que vi a Lua chorar de emoção.