segunda-feira, 19 de julho de 2010

Papo Com a Lua

Conversei com a Lua esses dias. Ela disse que havia sonhado. Eu não sabia que a Lua sonhava. Mas também não sabia que ela podia conversar, então...

A Lua sonhou com um ser. Mais belo que ela. Ela, no primeiro momento, acreditou que estivesse sonhando com o Sol, seu amante eterno. Mas percebeu que o brilho desse ser era mais forte, mais vivo, mais humano! Sim, era um ser humano. E foi aí que ela percebeu que era um sonho. "Humanos não tem esse brilho", pensou.

Ao acordar para trabalhar, mais cedo que o normal, sentiu algo que chamava a sua atenção. Sem saber o que era, virou se a tempo de ver o brilho do seu sonho atenuando-se. Pensou em correr em sua direção! Mas não podia. Se atrasaria para o trabalho.

Passou toda aquela noite pensando naquele brilho. Seria mesmo de um ser humano? Seria isso possível? Ou estaria sonhando novamente? Pensou tanto que quase se esqueceu de seu amado, o Sol.

Percebendo a aflição de sua amante, o Sol perguntou o que havia. Ela lhe explicou tudo que ocorrera, com todos os detalhes. Mas o Sol, em sua força, robustez e altivez, não quis acreditar. Explicou à Lua que haviam poucas coisas que brilhavam mais que ele. E nenhuma delas era um simples ser humano.

A Lua, como amante incondicional, e confiante em seu amado, acreditou. Mesmo que ainda tivesse aquela linha de dúvida em seu coração.

No dia seguinte, enquanto dormia, teve o mesmo sonho. O mesmo ser lhe aparecia. Ela se sentia mais viva, brilhava mais... E então acordava, quase na hora do trabalho, mas a tempo de ver, novamente, aquele raio de brilho incomparável.

No outro dia, a mesma coisa. E no outro. No outro também. Até que começou a se atrasar para o trabalho. O sonho era tão bom que ela não sentia vontade de acordar. Até o dia que ela dormiu o dia inteiro e a noite também. Faltou ao trabalho.

O Sol preocupou-se. Não era normal que sua esposa faltasse ao trabalho. Então procurou-a e quis saber o motivo de tudo isso. Quase explodiu de raiva quando soube do motivo. A mesma coisa de brilho impossível a um ser humano. Foi trabalhar e acabou aquecendo muito o sudeste. Quem não trabalhou no dia, foi à praia. Quem trabalhou, ligou o ar-condicionado no máximo. Um bueiro estourou, pessoas passaram mal... Toda aquela coisa que acontece quando o Sol resolve se esquentar.

De noite, ao sair para trabalhar, a Lua estava meio deprimida, meio apagada... Eu, como gosto de observá-la, percebi. E em minha inocência pronunciei a pergunta "Por quê?"

Para meu espanto, a Lua respondeu! Começamos a conversar e ela logo me contou o que a afligia. Me disse também que sentia algo em mim que lembrava o ser brilhante. Esse foi o motivo de ter respondido. Ela sabia que eu a ajudaria.

Mas eu já tinha uma reposta para seu questionamento assim que começou a me contar o que havia:

- Eu conheço alguém que, para mim, brilha desse forma. Não sei se é a mesma pessoa, mas não custa tentar.

Ela logo se animou. Mas fiz com que me prometesse que continuaria trabalhando normalmente após conhecer esse alguém. Que não deixaria o Sol e que seria feliz enquanto existisse, mesmo sem poder seguir o ser dono do brilho.

Então marquei com ela numa noite, em uma praia legal, para que visse o ser. Fui então, naquela noite, com uma amiga minha a essa praia. Uma amiga conhecida de vocês.

E foi a primeira vez que vi a Lua chorar de emoção.

2 comentários:

Thalita Clemente disse...

A lua chorando...

que MUNITU!

rsrsrsrs...

que ser é esse, hein! "Meu Deus" \o/

=)

Felippe L.B. Katan disse...

Que ser é esse? ...