Os olhos vermelhos e as garras pingando sangue. Os nervos do pescoço brotando como ervas daninhas. A baba gosmenta tocando o chão. A mandíbula fumaçando. As escamas se balançando, como que para liberar a pressão.
Tudo está escuro. Apenas a iluminação de pequenos objetos ainda em brasa. Um corpo caído no chão. Ou o que, um dia, foi um corpo. Os olhos vidrados, a pele nua e rasgada, ossos aparecendo.
A batalha foi longa, mas não houve chances de vencê-la. Tudo dizia que ele seria derrotado. E foi o que aconteceu. Todos seus ataques foram inúteis. Suas tentativas de fuga foram frustradas. Não havia mais esperança.
O calor do local começava a se dissipar. Ninguém em volta. Silêncio quebrado, apenas, pela respiração do vencedor. O ar começava, então, a se mover. Transformando se em uma leve brisa.
Os olhos se fecharam, o peito se movimentou. De volta à vida. O ser, que deixara de ser monstruoso para se tornar belo, se curvou para receber seu mestre.
Mais um dia terminado. Mais uma etapa completada. E os dois saem andando. Com seus destinos certos. Suas vidas, como sempre, resolvidas, mesmo que no oculto. O fogo os envolve. Tudo vira luz.
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