sexta-feira, 30 de abril de 2010

Na Praça

O som do córrego enche meus olvidos
A beleza das árvores e flores enche os meus olhos
Amo estar neste lugar tão querido
Um dia, estes serão apenas meus espólios

A menina corre atrás da borboleta
O menino se diverte no balanço
Cantando uma música sem letra
Parece até que não me canso

Observo os cães e cadelas
Correndo e pulando
Como moços e donzelas
Vão eles se amando

Observo um moço e uma donzela
Bebendo e caindo
Como um cão e uma cadela
Vão eles se agredindo

Chega alguém para apartar
Pra este acaba sobrando
Chega um policial para abrandar
E os três, em cana vão entrando

Confusão resolvida
Continuo observando
Antes da minha partida
As vidas vou retratando

Sobre a minha pouco falo
Não que não seja interessante
Mas ela é cheia de calos
E lembrá-la se torna agoniante

Prefiro falar sobre as coisas belas
Sobre as coisas que outros não veem
Como o sol batendo nas vielas
Mostrando o brilho que elas têm

Enfim, por hoje vou me despedindo
Me alimentar com o que ganhei de um amigo
Daqui a pouco estarei dormindo
E a lua, no céu, também estará comigo.

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